A história da origem do livro
A história do livro sobre “A Saga dos Suíços no Brasil” tem início no final dos anos 80. Na Suíça começavam os preparativos para as comemorações dos 700 anos da Confederação Helvética. O ano do jubileu, 1991, foi festejado em todos os Cantões da Suíça e os suíços residentes no exterior também foram conclamados a participar.
OTTO SCHÄEPPI, o então presidente da Sociedade Suíça de Beneficência da Bahia –
SSBB, quis, com a elaboração de um livro sobre a história dos suíços na Bahia, trazer uma
contribuição patriótica às comemorações e começou, então, com a ajuda do fotógrafo
BRUNO FURRER, a pôr em prática a idéia. Contou com o apoio de seus compatriotas na Bahia, entre esses o músico e internacionalmente conhecido compositor ERNST WIDMER, que planejava escrever uma grandiosa peça para a comemoração dos setecentos anos da Confederação Helvética – um empreendimento que, infelizmente, não conseguiu finalizar, pois, após um breve período gravemente doente, veio a falecer na Suíça, em janeiro de 1990.
Em 10 de abril de 1990, acontece a primeira reunião de diretoria sobre a obra, na qual BRUNO FURRER apresenta um orçamento inicial dos custos. Logo evidenciou-se o grande interesse que o livro despertava e a existência de farto material também fora da Bahia. Em novembro de 1990, decidiu-se, com o apoio da Embaixada Suíça, estender o projeto para todo o Brasil.
Em 10 de julho de 1991, é assinado um contrato com Bruno Furrer com o encargo de finalizar o livro até dezembro daquele ano. Ativamente apoiado por sua esposa Gardênia, começou a reunir textos e material fotográfico e viaja por todo o Brasil, em busca de pegadas deixadas pelos imigrantes suíços. Verificou-se, contudo, a impossibilidade de realizar a publicação no prazo previsto, em função da amplitude do material encontrado e, em 1992, procurou-se o apoio de um historiador para a redação do texto. Este não apresentou os resultados prometidos, permanecendo o trabalho, durante muitos meses, sem andamento. Em 1993, por um feliz acaso, contactou-se o historiador WALDIR FREITAS OLIVEIRA, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia – UFBA, para dar prosseguimento à obra. Engajado e com entusiasmo, o professor Waldir desenvolve o trabalho e, em 21 de março de 1995, sob direção da SSBB, foi aprovada a edição-teste de um exemplar do livro “A SAGA DOS SUÍÇOS NO BRASIL”. Em seguida, foram feitas versões para as línguas alemã, francesa e inglesa, e revisado o texto na língua portuguesa.
O presidente Urs Joho, que se retirava para fixar residência nos Estados Unidos, se ofereceu para organizar a edição do livro naquele país. Assim, recebeu de Bruno Furrer completo material fotográfico e a edição-teste e os enviou, junto com seus pertences, num container, para os Estados Unidos. Isso demonstrou ter sido um erro fatal: o material perdeu-se no caminho e o projeto sofreu um terrível retrocesso. Apesar da esperança em localizar o material, não existia mais nada! Grande parte do material fotográfico não pôde ser recuperada e a frustração paralisou a evolução da obra. Não obstante as várias tentativas de recomeço, não se conseguia concluir o trabalho iniciado. Somente em 2005, toma o projeto a direção certa, por iniciativa de Mändu Stauffer. Este, com Ulrich Sturzenegger, reúne o material disponível, e ambos encontram-se com o professor Waldir Oliveira, que reconstrói o texto anterior, revisando o. Outros membros da Sociedade Suíça engajam-se no trabalho com otimismo, e fica decidido lançar o livro em 2007, por ocasião do jubileu dos 150 anos da SSBB.
O projeto original, um livro em diversas línguas, é reduzido a uma edição em português e seu formato adaptado à realidade atual. Contudo, não fica descartada a possibilidade de, no futuro, efetuar-se a publicação nas línguas alemã e francesa.
Esta obra não tem a pretensão de documentar todo o universo de suíços no Brasil. É um documento histórico que dá uma visão geral sobre a vida e atuação dos peregrinos suíços, especificamente no período de 1557 a 1945, e tem como objetivo servir de conhecimento
para a geração atual e permanecer conservado para as gerações futuras.
Leila Jezler
10 de Outubro 2007